Calendar July 13, 2011 17:19

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A amnésia alcoólica e o Ricardo

Aqui há uns bons meses, fui sair à noite.
Foi uma noite normalzinha.
Fomos para a praia e emborcamos uma garrafa de vodka e uns sminorfs e depois eu – que já sou naturalmente eléctrico – quis ir para os bares dançar. E depois bebi… uns quantos shots. E depois eram 3 e tal da manhã e fomos para casa e fui dormir o meu abençoado sono de beleza sem ressaca extra.
Ou pelo menos eu pensava que tinha sido só isso.
No dia seguinte acordo normalmente – uma maravilhosa bênção genética, eu NUNCA fico com ressaca – vou comer os meus cereais e ver-me ao espelho… e reparo que estou sem uma meia.
Não há problema afinal eram meias dos chineses.
Por algum motivo estranho, reparo que tenho os boxers ao contrário… se calhar foi quando fui à casa de banho antes de ir dormir?
As coisas começam a ficar literalmente bizarras quando reparo que tenho tipo 50 panfletos publicitários de vários bares (alguns dos quais mastigados) dentro dos bolsos da camisa, do colete e das calças. E areia. Muita areia em todo o quarto.
Dava para abrir uma praia privativa com aquela areia toda.
Ahm, deve ter sido quando fiz o pino na praia.
Resolvo não pensar mais no assunto, é tudo perfeitamente normal deve ser do sono.
Cada vez que tusso sinto sabor a uma bebida diferente. E tusso tipo muitas vezes naquele dia.
Ligo o computador… e começo a ver fotografias com tags minhas por todo o facebook.
E não fui eu que as pus.
Fico meia hora a olhar para aquelas fotos e reparo que não estive em nenhum daqueles sítios na noite passada. Devem ser fotos antigas… mas a data coincide.
Ligo o msn e os amigos vêm falar comigo “Porra ontem tavas maluco pra que é que te foste abraçar áquela gaja?”
“O quê?”
“Tu foste comer aquela relva? Os cães mijam ali!”
“… Relva?”
E então atinge-me na cara, uma chapada sem luva e com cheiro a cachaça.
Oh porra.
Deu-me uma branca alcoólica.
O meu cérebro achou por bem fazer um pequeno resumo da noite, assim como nos filmes, fez uma edição e eu fiquei sem as quase duas horas de cenas extra, algures no meio de sair do 2º bar em que estivemos e entrar no carro da boleia com a Joana para ir para casa.
E começo a ter pequenos flashes. Lembro-me de reagir exageradamente cada vez que começava a tocar I Gotta feeling dos black eyed peas (reagir exageradamente quer dizer entrar com placagem em cada estabelecimento em que essa musica tocasse.
Também me lembro de me ter deitado no chão a rir… okay, foi mais na estrada. Detalhes.
Por mais que tentasse, o resto era inexistente.
Tive que ouvir os relatos.
E pelos vistos eu ia falar com toda a gente na rua, e abracei-me a uma turista de quem não me lembro. E trocámos números de telefone, mas eu nem devo ter conseguido carregar no “guardar”. E afinal gastei 30 euros em shots. E dancei em cima dumas colunas dum bar qualquer. E fui-me por a conversar com os senhores GNR quase às 4 da manhã, a falar de como é uma discriminação que a Igreja católica não tem santos em cadeiras de rodas, ou simplesmente feios (desta parte eu lembro-me).
E sei que me vieram pedir erva e mortalhas a noite toda, é oficial, tenho mesmo cara de drogado.
E já se passaram quase 8 meses, e eu não consigo lembrar-me do que se passou entre a saída daquele bar, até á entrada no carro. Só sei que consegui pelo caminho andar com um barril de cerveja nas mãos.

E vocês?
Já tiveram muitas brancas alcoólicas?
Quais as consequências mais memoráveis dessas "amnésias"?
beijaram alguém que não deviam?
apanharam boleia para uma casa desconhecida?
alguma coisa engraçada?
Conseguem lembrar-se depois?
Vá, toca a ler e comentar e essas coisas todas

[A ouvir: Eyes Forward - Shawn McDonald]
[Humor: Divertido]

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Calendar July 12, 2011 17:34

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Faz de Conta






Nos dias em que a energia me foge completamente, dou por mim a brincar ao faz de conta.
Não é um faz de conta com quaisquer ambições de realidade, é um faz de conta divagador.
Gostava de ser alpinista, e escalar o Evereste.
De ser um empresário de renome, ter um prédio com o meu nome e decidir quem é que despedia enquanto bebia o meu capuccino.
De ser um cantor fenomenal, e ter uma voz de fazer chorar as pedras da calçada.
De ser um ladrão de bancos, e viver uma vida luxuosa com o dinheiro dos outros.
De ser um vinicultor, com uma adega fenomenal, sempre com desculpa para se enfrascar em vinho.
De ser um activista dos direitos da natureza. comer soja e acorrentar-me a uma escavadora, enquanto gritava "Salvem a amazónia" ou assim.
De ser um espião, e ter daquelas canetas com laser, e intercomunicadores todos XPTO.
De ser um vampiro, e viver para sempre, nem que fosse à noite.
De ser actor, e ser conhecido na rua pelas minhas performances - não pela minha vida pessoal atribulada.
E desejo ser essas coisas todas, mesmo sabendo que não as quero na realidade .
Gosto de ter todas as oportunidades à vista, e de as escolher TODAS de uma assentada. sem medo de errar a escolha, porque no mundo da imaginação, não há hipóteses erradas.
Gosto de brincar ao faz de conta.
Digam-me que eu sou velho demais para isso, que isso é para as crianças pequenas.
Não me lembro de ter assinado nenhum contrato de data limite de uso da imaginação ou assim.
Sei que no fim de contas, o faz de conta é isso mesmo.
E eu vou continuar a ser eu. e acho que nem quereria outra coisa... faz de conta.

O que é que vocês gostariam de ser por uma hora?
Alguma coisa das acima, ou alguma coisa diferente?
Um Super herói? Uma jogadora de póker profissional?
Vá, toca a comentar,soltem as rédeas à imaginação.
[A ouvir: Skinny Genes - Eliza Dolittle]
[Humor: Sonhador]

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Calendar July 11, 2011 16:15

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Aquela vez em que o Ricardo ficou traumatizado com um concurso escolar

Sempre fui um bocado rato de biblioteca.
Ahm… pronto, sempre fui muito rato de biblioteca.
Ainda há pouco tempo quando estudava para exames, tinha conservada aquela mania adorável de encher cadernos com resumos da matéria escritos à mão (se bem que na área em que estava aquilo servia-me de tanto como se passasse à mão a bíblia toda), e sempre fui aquele aluno irritantemente participativo, que no fim das aulas perguntava sempre “não há trabalhos de casa?”e que era assim um fuzilamento com o olhar.
Há 7 anos, nos meus belos 14 aninhos de vida, a minha escola da altura resolveu fazer um concurso de ortografia e língua portuguesa, a nível intra-escolar.
Eu como bom rato de biblioteca fui logo inscrever-me, seguido por uma ou duas alminhas da minha turma que foram forçadas a inscrever-se para serem forçadas a estudar português e assim melhorar a nota.
E pronto, lá fui eu ao concurso, que consistia em soletrar palavras caras, escrever e corrigir textos e coisas assim do género.
Passadas umas duas semanas do concurso ter começado, foi anunciado o vencedor.
Eu.
Okay, obviamente que eu fiquei todo orgulhoso – afinal ganhei dentro da escola toda, aquilo ainda foram uns quantos participantes – e lá fui eu receber o diplomazinho (que se encontra agora em parte incerta), e o prémio.
Eu raramente me inscrevo em concursos pelo prémio… é mais pela coisa de poder ganhar. Desta vez não foi diferente e eu nem estava à espera de um prémio, pensei que fosse ganhar uma enciclopédia, ou um dicionário.
Vou á sala da directora da escola… e a mulher dá me um embrulho – desalentadoramente pequeno – que eu abro ansiosamente.
Era um livro.
E podia ficar por aqui a história, e nem havia grande conversa, afinal fazia sentido darem um livro, sendo um concurso de língua portuguesa.
Mas não.
A minha escola resolveu traumatizar um aluno de forma subtil
O título do livro era “sobrei da história dos meus pais?” (imagem da capa aí ao lado)
A sério?
Não tinham um livro um bocadinho mais… alegre? Motivador? Não deprimente?
Não, vamos dar a uma criancinha um livro sobre divórcio e abandono paternal.
Vamos sugerir ao jovem que se calhar ele se devia atirar da janela porque foi o fruto dum preservativo roto.
Lembro-me vagamente de ter feito o sorriso mais amarelo possível, porque a bácora da directora olhava para mim como se me tivesse dado uma viagem á serra da estrela e não um livro que deve custar 7€.
Coincidência ou não, quando ganhei o livro, os meus pais andavam numa fase de imensas discussões, para as quais eu era arrastado, e eu, como bom pré adolescente influenciável que era, peguei no livro e meti-o atafulhado numa prateleira sem nunca lhe tocar. as unicas palavras que  li para além do título foram as da dedicatória no interior. 
primeiro traumatizam-me e depois elogiam-me. nicely done.
Acho que depois disso nunca mais participei em nenhum concurso escolar sem ser os que eram de presença obrigatória.
Obrigado escola Diamantina negrão, conseguiram formar mais um jovem traumatizado.
Depois mando a conta do psicólogo, quando lá for.

Isto veio a propósito do concurso literário em que me inscrevi. podem ir aqui ler e votar no botãozinho vermelho "VOTAR" se gostarem. Vá, não vos custa nada pois não? 

Já respondi aos comments todos das semanas anteriores, toca a ler subscrever (era giro chegar ao dia dos meus anos com 200 seguidores, é de hoje a um mês) e comentar e essas coisas todas. ah e votem. 

[A ouvir: Lovedrunk - Anouk]
[Humor: Divertido]

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Calendar July 9, 2011 11:54

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O mundo não pára

EDIT: Esqueci-me de dizer que isto é uma história ficcional. Qualquer semelhança com realidades é pura coincidência. não se preocupem comigo, não se passa nada de mal na minha saúde (que eu saiba)

Parece-me estranho, tudo está exactamente igual.
Uma palavra de seis letras, que dum sopro virou do avesso toda a minha vida.
Não consigo estar na cama. Olho para o relógio despertador e vejo as horas. Seis da manhã. Uma manhã ironicamente luminosa, um ar abafado e sufocante que acentua o cheiro adocicado a especiarias proveniente da taça de pout-porri na cómoda. Mais uma das experiências de Alice, desta vez é aromaterapia. Diz que dá um sono mais descansado, mas acho que precisava de uma dose dez vezes maior para ter qualquer tipo de sono agora.
Acendo um cigarro meio às escondidas e vou para a janela. Alice ainda dorme seminua na cama, os cabelos loiros num alvoroço despreocupado.
Cancro.
“Desculpe?”, foi a única palavra que consegui dizer, num falsete mal dominado, enquanto o médico de aspecto pachorrento e descontraído estudava a minha reacção.
“Deve haver algum engano, só tenho andado com dores de estômago Sr. Doutor. Essas análises devem ter vindo trocadas”, argumentei com esperança de que tudo não passasse de um terrível equívoco.
Mas não houve equívoco nenhum.
Afinal não acontece só aos outros.
Já vou no terceiro cigarro. É irónico, Alice sempre implicou com este vício. “Isso ainda te vai matar” diz sempre que me vê com um cigarro na boca, em tom autoritário. Acabo sempre por apagar o cigarro e dar-lhe um beijo, mesmo sabendo que ela vai reclamar com o sabor a fumo.
Se ela soubesse…
Mãos suaves envolvem-me a cintura, e sinto a sua bochecha de encontro ao meu ombro. O cheiro da sua pele parece acalmar a minha angústia momentaneamente.
“Isso ainda te vai matar” reclama em tom brincalhão, tirando-me de seguida o cigarro da mão, e apagando-o no cinzeiro da sala.
Sorri-me envolta no roupão púrpura que lhe ofereci no nosso aniversário. Destaca-lhe os olhos dourados e a pele sardenta das coxas.
“Tenho fome, vou fazer torradas. Queres?” Pergunta com a sua voz musical.
“Sim, claro, estou cheio de fome” minto. A última coisa que quero agora é ter de comer qualquer coisa… mas não a quero deixar perceber isso.
Nunca tinha suado frio. Pelo menos não daquela maneira. Depois de uma semana de análises, o médico diz-me que estou em estágio 3. Nem sabia que haviam estágios. Dá-me panfletos sobre quimio e rádio terapia, que leio e deito no caixote do lixo da clínica. Diz-me que devo começar o tratamento o mais rápido possível, que há uma boa probabilidade de me curar.
No caminho para casa ensaiei o discurso.
Decorei praticamente todo o bendito panfleto sobre a quimioterapia. Ia sorrir e dizer a Alice que o cancro não é um bicho de sete cabeças. Ia fingir-me confiante e dizer que ia tudo acabar rapidamente, para não a assustar mais.
“Estou grávida” disse enquanto me abraçava eufórica.
Beijei-a e gritei de felicidade. Toda a preocupação evaporou-se naquele momento. Só existíamos nós os dois… bem nós os três. Quando adormeceu nos meus braços, radiante, resolvi que não lhe ia contar nada.
Não quero que sofra por antecipação.
E enquanto olho para ela a barrar as torradas com geleia de pêssego, como sabe que prefiro, peço a todas as divindades que conheço para que não ma tirem.
Cancro.
A minha batalha.
Cancro.
O meu segredo.

Hoje vi no facebook que havia um concurso de textos aqui
então resolvi participar.  quando tiver o link da participação partilho aqui, e vocês carregam no texto para votarem.
Como usei o tema "segredos", fica também como participação deste mês na fábrica de letras.
Votem saxavor, que eu nunca costumo pedir estas coisas, e pelo caminho subscrevam e gostem e essas coisas todas.
Bom fim de semana

[A ouvir: Realistic - Soulstice]
[Humor: Inspirado]

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Calendar July 8, 2011 17:39

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(Faz de conta que) O Ricardo vai aos festivais de Verão


Eh pah, tipo vais ser buéda nice.
Nem consigo dormir.
Os festivais de verão tão aí a começar. e eu estou-me a cagar prá crise. comprei bilhetes no valor das compras do mês cá de casa, e vou para os festivais de verão.
E vocês vão saber de tudo, porque obviamente que é o vosso sonho de consumo saberem que eu vou a um festival - obviamente.
Já fiz a mala, levo uma muda de truces, dois pacotes de nesquick, uns óculos de sol da feira e um chapéu da pesca que pedi emprestado ao meu avô, sabe-se lá que rebaldarias para lá há!
Música! montes de gente!
E vocês vão ter a sorte de saber que eu vou lá, e de ouvir exaustivamente os pormenores.
Por isso eu digo.
Vou lá e... oiço musica, e embebedo-me. e berro. e finjo que sei as letras. e finjo que gosto das bandas que cá vêm, que todos os anos são bandas que eu não gosto particularmente, mas o que interessa é a loucura total, o despir a roupa toda e subir para o palco.
E vocês vão estar lá leitores, no meu coraçãozinho apertado, porque obviamente, enquanto estou a berrar os refrões das musicas e a pular, estou a pensar nos leitores do meu blog... duuuh!
Mesmo que se estejam a sentir uns merdas por não irem aos festivais, eu atenuo a vossa dor com a minha alegria.
E agora vou preparar um tupperware cheio de torresmos e comprar cervejas no Lidl para a viagem.
Até já ;)

Okay, agora a sério. Absolutamente nada contra quem vai aos festivais de Verão, eu até era capaz de ir a um ou outro, se tivesse dinheiro, mas não vou e isso não tem nada a ver. 
O que irrita é que todos os anos sem excepção só se vê por esta blogosfera fora toda a gente a postar sobre os benditos festivais. o que levam na mala, que vão ver, como vão, com quem vão, o que vão comer, onde vão dormir e essas coisas todas.
Ahm, é assim... esses posts são um bocadinho como as wishlists (aquela moda que houve durante uns meses na blogosfera, em que se faz uma lista de coisas que se quer):
Ninguém quer saber
Comenta-se por educação, se se comentar, mas ninguém quer saber que  o autor do blog foi para a rebaldaria e agora está muito feliz e contente. 
não é uma questão de se ficar com inveja ou incomodados com ele ter ido... mas satura um bocadinho 50 blogs a falarem - numa média de 4 posts diários- agora do Optimus alive, e daqui a umas semanas outros 50 a falarem do sudoeste, e depois do cool Jazz, e a contarem como foi e renheunheunheu... 
Aproveitem bem, divirtam-se MUITO, mas poupem á maltinha os detalhes em excesso, sim? 

E vocês? Festivais de Verão, vão a algum?
Gostam de festivais de Verão ou nem ligam muito à ideia?
Gostam da selecção de bandas que constituem geralmente os cartazes, ou acham que falta mais variedade?
Toca a comentar, ler, subscrever e gostar no facebook.

Ps:: eu sei que não tenho respondido aos comments, sou uma pessoa horrivel, mas não  tenho tido muita cabeça esta semana, peço desculpa sim? xD

[A ouvir: Never Let this Go - Paramore]
[Humor: Guloso]

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Calendar July 7, 2011 17:31

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Síndrome da gaja boa

Agora chega á época balnear, e pululam por aí alminhas que não estão apenas confortáveis com o seu corpo – o que até é uma coisa louvável, né? – mas têm tendência a achar que são dignos de passarelas internacionais, quando têm volume digno de um matadouro.
Embora Isto por si só já fosse uma coisa ligeiramente incomodativa, o bonito vem quando vemos essas mesmas divas do courato, a comentar o pneu da senhora da toalha do lado que deve ser … metade do seu?
A isto chamo Síndrome da gaja boa.
Podiam agora começar aqui com “Ah e tal, mas o que tem uma pessoa ser autoconfiante?” 
E eu respondo “Ahm… nada?”.
E ficamos por aqui, porque estou a falar de pessoas com inflamação de ego, e não de pessoas confiantes. 
É ligeiramente diferente.
Acho que o problema não está tanto no nervo óptico, como no cérebro, porque há pessoas que mesmo depois de operadas à miopia continuam com o síndrome de gaja boa bem acentuado.
A portadora (ou portador, que também os há), julga-se assim um achado. Uma bomba sexual de extrema potência que incendeia relvados com a sua passada confiante tão caliente que é. Uma Cláudia Schiffer de classe e elegância, capaz de escancarar os maxilares alheios com um piscar de olho.

Isto até podia correr muito bem, se não tivessem por isso a estranha apetência a fazer figuras tristes. 
E podemos tentar dizer-lhes que não são assim tão giras quanto isso. Que não são assim tão inteligentes ou irresistíveis quanto isso. Que não são lá muito discretas e elegantes. Mas não vale a pena. aos seus olhos, uma critica de tal género só tem origem em inveja.

E mostram uma certa prepotência e um narizinho empinado, típico das “gajas boas”… que verdade seja dito, nem mesmo a essas fica bem, quanto mais a estas wannabes.
Acaba por se tornar quase cómico.

Podemos vê-las agora por este facebook a fora, nossas amigas, amigas dos nossos amigos, e amigas desses amigos em 3º grau. Vemo-las nas fotos de praia, nos biquínis justinhos, nas maquilhagens exageradas de sábado à noite, nos saltos demasiado altos nos quais não sabem definitivamente andar. Nos vestidos justos que mostram mais do que deviam, nas roupas espampanantes, nas fotos de grupo com sorrisos amarelos.

E lá estão elas, sorridentes, e confiantes que são a última bolacha no pacote, e que podem andar com o nariz virado pró tecto como se estivessem a fazer um favor à humanidade com a sua formidável existência.

Não faz mal a ninguém achar que se é a ultima bolacha do pacote de vez em quando, mas também temos que ter em noção que se formos a ultima bolacha dum pacote de bolachas de que ninguém gosta, não é uma mais-valia.

E vocês? conhecem muitas alminhas com este síndrome?
Como é que lidam com elas, caso estejam na vossa esfera íntima?
Vá toca a comentar e a ler e a subscrever e essas coisas todas.

[A ouvir: Laughing at your plans - The foreign Exchange]
[Humor: Divertido]

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Calendar July 5, 2011 18:00

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Aquela vez em que o Ricardo quis dizer imensos palavrões num título dum post, mas não disse

Bip Bip Biiiiiip
O despertador toca antes da hora. Já não consigo voltar a dormir, o que é óptimo depois de uma maravilhosa noite de insónias a ver filmes de terror baratos na tv até Às quatro da manhã. Que se lixe, vamos à vidinha. Vou para entrar na casa de banho, mas vejo que alguém já fez o favor de ma “ambientar” com odor de esgoto silvestre. Faço um exercício de respiração digno de um qualquer mergulhador profissional e lavo os dentes a suster o fôlego. Fico ligeiramente arroxeado, mas isso só destaca o meu sorriso colgate e os possíveis cortes da barba. Saio a correr da casa de banho, e quando vou no elevador reparo que o meu cabelo parece uma versão económica do songoku - o meu cabelo tem vida própria – Faço o melhor que posso com as mãos enquanto abotoo a braguilha que vinha aberta desde que saí casa...realmente achei estranho a vizinha do segundo andar mandar um sorrisinho quando está sempre de trombas.
Tenho que ir a pé porque por alguma piada kármica o meu pai apanhou uma bela constipação, e não me empresta o carro nem por nada. Oh well, ao menos trabalho para o bronze… á trolha.
Quase sou atropelado a passar a estrada porque uma querida qualquer achou que era boa ideia retocar o batom enquanto conduzia o belo do Mercedes.
O mundo parece-me ligeiramente desfocado, e só quando estou a mais de 3 kms de casa é que me lembro que deixei os óculos algures na secretária. Será que pode ficar melhor? Pode.
Como num passe de mágica prendo as jeans a uma vedação pelo caminho e ouço um *crrrrrrekkkk*. Ganhei um buraquinho extra… bem, pelo menos os buracos nas jeans andam na moda ultimamente.
Respiro fundo e conto até dez. não faz o truque. Conto até mil. Quando vou nos 50, pára um carro para me pedir informações. Eu devia andar com uma plaquinha na testa a dizer “sem sentido de orientação” ou qualquer coisa do género, mas ponho a minha cara mais simpática possível e lá dou as indicações o melhor que posso, com a sensação que o casal muito simpático naquela carrinha branca, vai acabar por ir dar ao centro de saúde, em vez do mc donalds.
O resto da manhã é passado numa espécie de pausa comatosa de funções cerebrais, porque o meu cérebro não está muito capaz de desempenhar funções.
A minha amorosinha manchinha – cadela – lembra-se de me dar um abraço, com o patedo cheio de cocó, e suja-me a camisola branca acabadinha de estrear. Para melhorar à história tive que voltar para casa a pé com a merda da blusa toda cagada e toda a gente a olhar para mim estilo “ó tadinho do ciganinho”.
Bem, tecnicamente isto ainda pode piorar, coisa que eu não acredito, mas pronto, o cosmos não tem nada melhor que fazer.
Passo por uma farmácia.
Bem, já que ando a fazer uma alimentação bastante mais saudável, vamos a ver quanto peso perdi.
… Esta balança deve estar ligeiramente avariada…
… ok, que se lixe a dieta saudável. Vou comer um bolo de chocolate e leite condensado com milkshake de morango. Dirijo-me ao supermercado mais próximo, junto as coisinhas todas, e quando estou na caixa lembro-me que o cartão de crédito está há quase um mês em paradeiro desconhecido, pego nas compras, e sob um olhar atento de todos os clientes do supermercado, vou guardar as comprinhas e volto para casa ligeiramente humilhado.
Quando chego a casa á tarde, cansado e sem paciência, reparo que toda a gente está com vontade de me lixar o juizo.
tenho que ouvir as intermináveis queixas da gripe e de mais cinquenta mil coisas que sinceramente já nem oiço (o meu pai ainda nem tem 50 anos feitos, mas fala como se tivesse 100. Já a minha mãe, dá-me mais trabalho que eu a ela).
sento-me na cama e ligo a tv, que demora aproximadamente 40 minutos a ligar. está quase velha suficiente para ser vintage. Ao menos isso. Quando liga, a imagem está torta e a tv decide desligar sozinha e voltar a ligar, ou seja, mais quarenta minutos de espera.  Sento-me em frente ao pc e reparo que não estou a apanhar net. Quando reparo isso são nove da noite. Só há 5 minutos atrás é que a consegui ligar.

E com estas coisas todas, posso dizer honestamente, que por muito adepto que seja da relativização, hoje tive um dia da merda.
Alguém me dá um sex on the beach e um chocolate?

E vocês?
Ainda se lembram de como foi a ultima vez que tiveram um dia "daqueles"?
Sugestões para não pegar fogo ao carro do vizinho do andar de cima porque ele tem a aparelhagem a bombar na kizomba?
Toca a ler comentar e subscrever minhas gentes! e escusado será dizer que não tenho qualquer ponta de inspiração para vos responder hoje aos comments, não me batam... senão eu pego na faca da cozinha e temos molho. xD

[A ouvir: New York, New York - DJ cam Quartet]
[Humor: Stressado]

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Calendar July 4, 2011 17:18

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Futebol profissional: uma nova forma de prostituição.

Okay, eu compreendo que as pessoas gostem de ver futebol. Vá, é aquela coisa da adrenaina da competição entre equipas e o renheunhéu de ver quem dá uma cabazada a quem e quem passa para a fase seguinte. Eu não vejo futebol porque no meu cérebro aquilo resume-se a 20 marmanjos a correr atrás duma bola enquanto dois ficam á baliza á espera de levarem com ela na tromba… mas não nos afastemos do tópico inicial.
Acho normal que gostem de ver o desporto e de apoiar a equipa e essas coisas todas. Mas fiquemo-nos só por aí.
Aquela história de seguir atentamente os dramas de balneário e de ver quem diz o quê, e quem muda de equipa e essas coisas todas, parece-me a mim toda uma perca de tempo.

Basicamente, uma equipa de futebol é uma casa de alterne de luxo.

Temos o chulo – que neste caso é o presidente – que é quem contrata as prostitutas de luxo, por quantias exageradamente altas, e dá à meretriz – neste caso impersonada pelo treinador – o trabalho de manter as meninasos jogadores – a render como deve ser.
Os clientes – nesse caso os adeptos – pagam por coisas desnecessárias, para olhar para as meninas, ou porque têm muita admiração pelo actual chulo e gostam de fazer o que ele lhes manda.

  • As meninas, como boas quengas que são, vão todas para onde receberem mais. Enquanto tiverem um bom ordenado, o bordel é o melhor do mundo. Se o vizinho do lado acena com um cheque mais rechonchudo, vão de saia levantada para o bordel concorrente, e dizem que aí sim é que são felizes.
  • As meretrizes, são peças perfeitamente substituíveis. Já não dão para atender a clientela – neste caso seria jogar um joguinho – por isso estão sempre presas aos resultados que as suas pupilas lhes dão, contratam meninas novas, que sabem fazer coisas novas, e rezam. Se a época for boa, são aplaudidas e ganham um bónus. Senão, vão para outro bordel, até o processo se repetir.
  • Os chulos, como bons chulos que são, metem a mão na massa, dizem o que lhes apetece e têm uma vida boa, até ficarem muito velhos para controlar aquele território e serem depostos por um chulo melhor, com visões mais visionárias de como se faz o bom alterne (neste caso futebol).
  • Quanto aos clientes, bem os clientes ou se fidelizam ao bordel, porque foi lá que o pai e o avô perderam os três, e foi lá que o levaram, ou porque há uma menina que lhes chama muito a atenção. O que interessa é que no fim quem vai para casa depauperado é ele, enquanto as quengas vão conduzir os seus ferraris e o bordel factura graças ao que eles lá gastam.


E pronto, aqui fica a minha visão sobre o mundo do futebol.
E vocês?
Ligam ao futebol? Só ao jogo em si, ou também áquela historia das transferências milionárias e dos processos entre clubes e essas coisas?
Alguma coisa a acrescentar ?
Vá, toca a ler comentar e subscrever. Amanhã respondo aos comentários.
[A ouvir: Freak of Nature -Anastacia]
[Humor: Feliz]

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Calendar July 2, 2011 16:27

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Ricardo a pessoa habilitada em direito, vulgo advogado

Como estou especializado em séries de advogados, posso com toda a certeza dizer que me formei com altas notas em direito televisivo (ou qualquer coisa do género).
Ao fim de aproximadamente 6/7 anos de aulas legais ricas em detalhe, posso com toda a certeza dizer que estou tão ou mais habilitado para entrar numa qualquer salinha de tribunal e defender um caso como um advogado todo pipi.
Diploma?
Pfff quem é que precisa duma coisa dessas?
Ora vejamos:

O meu amor pela lei começou com a Ally Mc Beal, que em 112 capítulos me ensinou tudo o que preciso saber para ter bases numa carreira legal:
Toda a gente dorme com toda a gente num escritório de advogados.
E pelo meio vi umas cenas lésbicas com a Lucy Liu, e percebi que a lei pode ser divertida, quando a Ally foi defender um caso de ressaca. A lei é no fim de contas uma coisa bonita e simples, que tem ligação directa com sócios, indecisões, namorados e namoradas – Com a Ally a descoberta legal acabava por ir dar invariavelmente ao vale dos lençóis.
Mais tarde fui dar com Boston Legal, quando o meu coração ainda sentia saudades da Ally Mcbeal e dos seus ensinamentos valiosos. E com Boston Legal aprendi que afinal um escritório de advogados é um sitio promíscuo por uma única razão:
Nunca há pessoas gordas feias ou velhas (sem ser a ocasional personagem cómica) a trabalhar num (escritório de advogados)
Ah, e por acréscimo, é um sitio onde pessoas malucas se concentram e vestem fatos de mergulho para irem a reuniões.
Mais tarde, quando já tinha aprendido tudo o que podia com Boston Legal, começou a dar Shark. E shark era uma série sobre um advogado dos maus, que passou a ser um advogado dos bons. Aqui aprendi que quando um gajo é rico o suficiente faz um tribunal em miniatura na cave de casa e pratica lá os casos. O que me levou à conclusão de que :
Apenas os advogados do ministério público sabem a lei. Os outros são todos maus.
Depois comecei a ver drop dead diva (que na SIC é “de corpo e alma”). E aqui aprendi até agora (que ainda estou a frequentar aulas nesta fase do meu curso legal) que a amiga loura burra e mamalhuda que não percebe nada de lei é que acaba por dar sempre as ideias para resolver os casos. Isso e que se pode partir uma janela do 12º ano com um bibelot e o chefe nem diz nada.

Agora que vos expliquei o meu extenuante percurso académico no mundo legal, vou dar-vos os três tópicos para serem uns advogados de sucesso:


  1. O cliente tem razão 99% das vezes – Tipo, os clientes que nóses defendemos, são sempre inocentes. nem vale a pena preocuparem-se com isso. As pessoas de bem vão sempre ter ca gente. Mais cedo ou mais tarde ganhamos o caso.
  2. A lei não interessa para nada A sério, quem tem medo de estudar direito por causa daquela coisa dos códigos penais e não sei o quê, isso é tudo publicidade enganosa. A “lei” aparece mais como complemento do nome da série, ou da firma. O que interessa é dizermos as coisas com o coração. Qualquer pessoa consegue contornar um caso de homicídio involuntário, se tiver em atenção que a acusada tinha meias amarelas de poliéster, e que com meias amarelas de poliéster não dá para matar ninguém (duuh).
  3. Discursos sentimentais ganham sempre o caso - Vamos ser bastante directos, quando tudo o resto falha, usem o sistema lacrimoso. Derramem uma lagriminha, façam o júri sacar dos kleenexes e assoar-se como se não houvesse amanhã. Cai sempre bem e o caso é ganho num estalar de dedos.

E pronto, agora já podem ir ser advogados de renome, depois destas dicas, e de seguirem o plano de estudo intensivo do Ricardo, sem terem que gastar dinheiro em propinas ou horas em leis chatas e desinteressantes, quando podem ver soutiens e coisas assim.

E vocês? costuma ver séries de advogados?
Contratavam os meus serviços legais? xDDD
Acham que o que eles passam tem alguma coisa a ver com a realidade? eu pessoalmente acho que tem prai 20% de realismo, se for muito mais torna-se maçante.
Alguma coisa a comentar?
Usai e abusai da comment box, ela agradece.
AAAAH E 151! 
Vão ao blog do Iplagiator, leitor nº 150 aqui.

[A ouvir: (Drop Dead) Beautiful - Britney Spears]
[Humor: Doido]

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Calendar July 1, 2011 17:41

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Podia, pois podia, mas há coisas que são para ser assim


Podia ter um daqueles blogs intelectualóides profundos.
Daqueles em que se ouve tshaikovsky e se fala de politica – Gostava de falar do governo e saber efectivamente do que estou a falar – de falar de assuntos de grande interesse social.
Podia falar-vos aqui dos grandes compositores de música clássica, ou dos grandes chefes de estado que certamente seriam todos meus ídolos, fazendo-vos sentir a todos uns acéfalos de primeira.
Podia ter um daqueles blogs espirituais.
Podia falar-vos aqui de como o Gandhi curou as cataratas através de horas de intensiva meditação, e dizer-vos de que maneira se alinham melhor os chackras, e como fazer feng shui com os champôs da casa de banho. Mas talvez estivesse tão ocupado a atingir Zion que não ia ter tempo para comunicar com vocês, mundanos.
Podia ter um blog “fashion”.
Podia entupir-vos os olhos com as compras que fiz esta semana. Podia reflectir sobre a importância de um bom verniz, ou sobre se a pantene é verdadeiramente a melhor marca de champô. Podia fazer-vos sentir mal arranjados feios e desleixados, enquanto esfregava por todo o lado os meus patrocínios do boticário e da body shop.
Podia ter um blog naturista.
Ia entupir-vos de conselhos. Dizer-vos para fazer supositórios de alcachofra e azeite, e pastilhas para o hálito de botões de margarida. Podia mostrar-vos como sou superior por ser vegan, suas carcaças comedoras de bichinhos vivos! Aliás, eu até teria cuidado para não respirar pela boca, não fosse ingerir um mosquito ou uma bactéria com família.
Podia ter um blog emocional.
E dizer o que sinto.
Podia dizer que sinto uma tristeza profunda quando o sol se põe, porque tenho medo que ele fuja, ou então que vou para as vacarias do Alentejo ver os bezerros a nascer enquanto choro pelo lindo milagre da vida. Podia confidenciar com vocês as minhas inúmeras angustias, ou então dizer que tenho pensado na vida.
Podia ter um blog elitista.
Dizia que não via tv nenhuma, porque a televisão é muito banal. Que não ouvia música comercial, porque toda a gente ouve (Lady Gaga? Que bicho é esse?), fazer-vos sentir uns tristes por conhecerem as coisas que toda a gente conhece.
Podia fazer um blog de casal.
E entupia-vos com declarações dengosas de amor.
E com medos que a paixão se vá. E com prendas foleiras que dou à mais que tudo. E com fotos dos passeios, e das bebedeiras, e dos abracinhos, e do pezinho enroscado no pezinho, e dessas coisas todas acabadas em inho.

Mas o que é verdade é que não tenho necessidade que sou mais esperto que vocês, que tenho grandes propósitos espirituais, que me visto melhor que vocês, que tenho uma vida mais saudável que a vossa, que sinto mais que vocês, que sou melhor que vocês ou que tenho uma vida amorosa melhor que vocês .

Deixo isso para os outros, enquanto oiço a bela da canção pastilha elástica acima, como umas pipocas repletas de gorduras e polisaturados, num pijama dos ciganos À espera da novela da SIC, com a companhia dos periquitos.

Life can be good.
(lembrei-me disto por causa dum post do Dexter ontem)


[A ouvir: You make me feel the - Cobra starship]
[Humor: Encalorado]

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Calendar June 30, 2011 17:39

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Escape



Estou encadeado.
A luz fere-me, persegue-me, sufoca-me.
Apago uma a uma todas as luzes.
Os interruptores inexistentes clicam de forma sorrateira.
Uma por uma, as luzes vão-se.
Do quarto,
Do hall de entrada,
Da sala…
Do meu cérebro.
Todo eu sou um ser escuro e escorregadio, solto das amarras luminosas que me aprisionam.
Não preciso de companhia.
O abraço sedutor da noite envolve-me como beijos de seda, e é tudo o que preciso para me deixar ir, num clímax de silencioso prazer.
Dispo-me e calcorreio cada divisão, um jogo secreto de escondidas, que jogo comigo mesmo. Já sei todos os meus esconderijos, mas não me encontro em nenhum.
Dispo-me das ideias.
Deixo as preocupações guardadas no armário, trancadas a sete chaves, impedidas de me incomodar.
Não penso.
Proíbo-me de pensar.
Deito-me num chão que sinto tão macio como um colchão de penas e deixo-me morrer.
Não é uma morte figurada e literal.
Uma pequena morte.
Mato o meu velho eu, que algures a um canto chora, com medo do escuro.
Mato-o sem piedade com uma navalha afiada no desprendimento…
Talvez por não perceber porque chora.
Não percebo porque chora do meu refúgio… também devia ser seu.
Apago as luzes e deixo-me ficar.
Lá fora o mundo corre.
As pessoas perseguem objectivos que não me interessam e lutam com problemas que não me incomodam.
Aqui dentro, no escuro, não há problemas… ou se os há, eu não os vejo.
Pelo menos até ter que acender de novo todas as luzes.

se quiserem comentar:
Qual é o vosso escape? 
E a vossa música para esses momentos? (aquela é a minha)
Vá,  partilhai. eu vou curtir a minha terapia noctívaga.

[A ouvir: Goodnight Moon - Shivaree]
[Humor: Cansado (mentalmente)]

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Calendar June 29, 2011 17:57

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Bê A BA dos maus presentes

Receber prendas é por norma uma coisa boa. Aliás, uma coisa óptima.
…Ou pelo menos devia ser.
O que é verdade é que nem sempre é assim.
Por muito que eu goste daquelas situações em que as pessoas se lembram de me dar prendas, pelo meio há sempre algumas que saem do embrulho com alguma coisa mais do que a simples alegria que um presente proporciona.

A prenda “Ahm… quero lá saber, toma lá qualquer coisa”
Eu ainda sou do tempo em que as pessoas perdiam horas a escolher as prendicas… mas depois nasceram os vales de loja. A ideia que se quer passar é “quero que sejas tu a escolher a tua prenda”. A ideia que passa é “tenho mais que fazer, escolhe tu”. O que acontece é que um vale de 10 euros da fnac não chega para nada, por melhor que seja a intenção.
A prenda feita À mão:
Okay, vamos a esclarecer uma coisa. “O que conta é a intenção” é uma coisa muito bonita… que só é válida para quando temos os putos na primária e eles nos trazem para casa colares feitos de massa, ou porquinhos mealheiros. Aí é claro que ficamos felizes com o trabalho das crianças… mas depois disso não estou a ver grande justificativa. Por muito que as pessoas neguem, são poucas as pessoas que gostam de receber peúgas feitas à mão, ou bordados, ou telas mal pintadas. Claro que aceitamos e agradecemos, porque tem que ser, mas não é muito provável que se ponha a uso aquela fruteira feita com rolhas de vinho que nos deram no natal.
A prenda “moeda de troca”
Nem sempre receber uma prenda quer dizer “gosto imenso de ti, até te comprei qualquer coisica”. Às vezes quer dizer “Comprei-te uma prenda. Também vou querer uma”. A prenda em si não é necessariamente má, mas a intenção implícita chega para lhe tirar o valor.
A prenda “Eu sofro de falta de gosto crónica, toma lá”
Sim, aquilo são brilhantes. eu adoro brilhantes *sarcasmo*.
Abrir um embrulho pode ser uma coisa desesperante, mas há situações em que quando vemos a prenda não sabemos bem o que dizer. É um misto de “quemerdéesta?” e “Tu não vais ter uma trombose aqui”. E a prenda vem seguida de um “então gostaste? Demorei imenso tempo a escolher”. A vontade imediata é dizer “nunca mais me compres nada. Dá-me 10 euros e eu arranjo-me bem” mas aquela centelha de consciência que ainda aqui pulula no meu cérebro diz-me para ser simpático, e digo que é… original, ou… diferente… ou qualquer coisa vaga que não seja totalmente mentira. Claro que à primeira oportunidade a prenda vai recambiada para a santa casa ou assim (por exemplo, na imagem o lenço com brilhantes da zara man que me ofereceram, e que descobri ontem numa gaveta da despensa).
A prenda de última hora:
Toda a gente já as deu, e toda a gente já as recebeu, pelo menos uma vez. É quase hora do momento de dar a prenda, seja qual for a ocasião e arranja-se qualquer coisa num shopping. Como a pressa é muita, o embrulho faz-se em casa ou na viagem, e está meio amassado. É má porque provavelmente é alguma coisa que já temos, ou que não serve (porque não houve tempo para verificar tamanhos), ou alguma coisa de proveniência suspeita (tipo aquela caixinha de perfumes dos chineses que me faziam alergia, que me deram há 4 natais) e temos que voltar à loja.
A prenda “de grupo”:
Vamos a esclarecer uma coisa. Um grupo de amigos ou amigas a escolher qualquer coisa, dá mau resultado… muito provavelmente. Sim, a intenção é boa, sim é fofinho, sim é atencioso… maaaas geralmente é uma coisa a tender para o baratuxo e extremamente inútil.

E vocês? 
Que tipos de prendas más conhecem para além destas? partilhem! 
Já receberam alguma dessas? 
Que Hábitos têm nas compras de prendas para outras pessoas? – Eu de vez em quando compro livros em promoção e guardo para dar mais tarde , quando não sei o que oferecer a alguém (se bem que é muito raro fazer isso) – Compram-nas com antecipação (já comprei prendas de anos com 5 meses de avanço)?
Toca a ler comentar subscrever(quase 150!!!) e essas coisas todas

[A ouvir: Look at me Now - Agnes]
[Humor: Ansioso]

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Calendar June 28, 2011 18:11

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Workshop de beleza de verão – primeira aula

OláÁáÁáÁh mygos e mygas!
Hoje venho falar-vos da crise.
A crise deixa as pessoas tipo… feias.
Porque com a crise as pessoas não gastam dinheiro na sua aparência, e então desleixam-se, e é uma maçada. Em vez de vestidos aos folhos da zara, usam sacos de papel da conforama, e em vez dos loubotins usam a bela da chinela da feira, e deixam o cabelo mal tratado, e isso tudo deixa o Ricardo extremamente deprimido.
Em altura desta malfadada crise, resolvi portanto dar-vos as dicas de beleza para se manterem lindos e seqces todo o verão, tendo em conta a poupança que é necessária, tipo para… comer e essas coisas.

Um sorriso perfeito:
Gostavam de ter aquele sorriso branco e radioso das estrelas de cinema e das nóvelas da TVI? Toda a gente pensa automaticamente em sessões de branqueamento, e em pastas dentífricas especiais, mas a ideia aqui é poupar uns trocos, portanto vamos tomar medidas mais eficazes para ter aquele sorriso de sonho todo o ano.
Material necessário:
Uma lata de tinta branco mate robiallac. Eu recomendo o para exteriores e metais, adere melhor. Recomendava a tinta em spray da Dyrup resistente a altas temperaturas, mas deixa as gengivas brancas por arrasto.
Procedimento:
Com um pincel piqueno, daqueles dos chineses, passem nos dentes que querem branquear. Tenham cuidado para não usar tinta demais, depois os dentes ficam muito brancos. Se quiserem dar um toque realista, podem sempre acrescentar um bocadinho de tinta aquosa amarela na tinta original, para dar aquele ar mais normal aos dentes. Não se preocupem com os vómitos nos três ou quatro dias seguintes à aplicação, os vómitos deitam foram a tinta em excesso. Ah para as pessoas com mau hálito, recomendo aquela tinta com cheiro a maçã…. Não sei a marca. O que interessa é que têm tinta na lata suficiente para dois ou três anos de tratamentos dentários contínuos, muito mais barato que uma ida ao dentista. Se tiverem dores, analgésicos, que sempre fazem o mundo mais colorido… ai não esperem, isso são as dorgas.

Um corpo de sonho:
Isto agora com o verão é só vibroplate para cá, obesimed para lá, ginásio acolá, enfim, uma data de coisas para ficarmos todos com um corpo de sonho. O que é verdade é que isso implica tudo despesas. Há uma forma muito melhor de conseguirem um corpo invejável.
Material necessário:





Uma pistola.

Procedimento:
Vão a um banco na vizinhança. Digam que é um assalto e aquelas coisas todas, dêm um tiro na velha que começar a chorar primeiro, mas um na perna ou no braço. Partam umas quantas coisas, façam xixi em cima do balcão, aquelas Cóisas todas que se fazem nos assaltos de bancos. Esperem que a polícia venha e conseguem um corpo perfeito… okay, esqueci-me de explicar como. Vão parar À prisão. Aquilo lá tem ginásio, e rações mínimas, logo num instante perdem os quilos a mais, e noutro ficam todos tonificados. Com sorte até ganham uma daquelas tatuagens de prisão super fashions. É uma situação win win. Saem por bom comportamento, expandem o vosso círculo social, e ainda ficam em forma.

Um olhar de parar o trânsito:
Meninas (e alguns meninos), todos sabemos que vocemecês gostam de usar sombras ou blushes ou lá que coisas são aqueles pozinhos que passam nos olhos, e isso é tudo muito bonito, mas com o dinheiro duma merdunfa de um pacote com 15 gramas de pó que se gasta num instante sempre podem comprar coisas essenciais tipo um ralador de queijo.
Material necessário:

Uma ou duas garrafas de tequila, dois copos e uma pessoa da qual não gostem particularmente
Procedimento:
Convidem a pessoa que não gostam a vossa casa. Embebedem-se. Provoquem a pessoa, e rezem para ela vos dar um soco em cada olho… e xaram! Os vossos olhos ficarão lindos e destacados de forma natural num belo carmesim ou vermelho escuro… se for com muita força até são capazes de ter nuances de roxo. E a melhor parte, é de graça! Okay, gasta-se na tequila, mas não têm que aplicar maquiagem nos olhos por uns bons dias!

E assim começa uma odisseia pela beleza acessivel e fácil de obter.
Vá leitores e leitoras, façam as vossas perguntas, querem saber como fazer uma boa manicura?
Como fazer depilação de graça?
fazer a barba?
fazer lentes de contacto caseiras?
O Ricardo propõe-se a responder Às vossas dúvidas do foro da beleza!
toca a comentarz, lerz, gostarz no facebookz e essas coisas todaz.

[A ouvir: No one's gonna love you - Jennifer Hudson]
[Humor: Maluco]

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Calendar June 27, 2011 16:55

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São Pessoas. Não são Palavras chave

Okay, hoje quis experimentar uma coisa nova, e fiz um post exclusivo pro facebook (cujo título é o mesmo que o deste post).
Quem tiver conta do facebook pode comentar lá, penso que não haja restrições, se houver e quiserem comentar, façam "gosto" na página.
Como aquele texto é moderadamente grande, estou com preguiça de escrever mais aqui...
... para aquelas pessoas que estejam sempre a reclamar, 
e para as que fazem aquilo que eu digo no post do link.

[A ouvir: Soda Pop Conffusion - Variety Lab]
[Humor: Cansado]

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Calendar June 26, 2011 16:02

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Perguntas de Fim de Semana XXVII

Piroso ou não, toda a gente já ouviu canções românticas.
Ouvem muitas vezes canções românticas? gostam do género?
Acham que é tudo a mesma coisa, ou há alguma em especial que tenha para vocês um significado maior? tiveram alguma fase de maior ou menor romantismo?
Bom fim de semana. vou responder aos comentários.

[A ouvir: What is love? - Jennifer Lopez]
[Humor: Muito preguiçoso]

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Calendar June 24, 2011 18:24

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Dos Workshops de Sedução ou Como burlar alminhas crédulas

Hoje enquanto desfolhava uma das milhentas revistas cor de rosas que poluem a mesinha de café cá de casa – okay, estou a exagerar, nem são muitas – dei de caras com uma pseudo famosa (das que se reproduzem por aqui por Portugal como micoses) a dizer que uma das maneiras que arranjou de aumentar os rendimentos, foi dando workshops de sedução.
E não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que ouvi falar disso.

Ora bem, não é cá por nada, mas faz-me um bocadinho de impressão.

O que me faz impressão não é o facto de haver esses tipos de “aulas”, nem o de haver pessoas que as procurem. O que me faz espécie é mais o haver tanta clientela, que isto se torne um mercado em expansão.
Estes inovadores workshops consistem basicamente em criar uma ilusão de que se é uma mulher extremamente moderna e aberta – uma irónica constatação, porque elas falam de “mente aberta” mas também incentivam outras “aberturas” – sem preconceitos e de certa forma fácil.
Mas uma ilusão é isso mesmo. Nunca passa disso. As alunas aprendem a ser mais “acessíveis” na cama. Aprendem a lançar olhares lânguidos, a serem provocadoras (ou seja M&R – mamas e rabo – no seu máximo). Mas fazem-no porque lhes é dito que o devem fazer. Automatizam todos os supostos mecanismos de sedução que lhes ensinam e camuflam a sua personalidade.
E eu pergunto: desde quando é que isso é sensual?

Quer-se dizer, toda aquela história do sexy também assenta na espontaneidade não é?
Claro, a sensualidade assenta também na autoconfiança, mas é um bocadinho hipócrita ouvir falar sobre isso um bando de amiguinhas da corporacion dermostética que devem estar mais recauchutadas que muito pneu por estas estradas a fora.
O que me leva à conclusão que esses workshops são todos uma linda intrujice.
Porquê?
Aquela história de “toda a mulher pode ser sensual e linda” é tudo muito lindo, tudo muito politicamente correcto, mas toda a gente sabe que não é bem assim. Por eu me sentir o Brad Pitt, não vou ficar parecido com ele. Digo eu.

Vamos a ver se eu explico isto como deve ser…
uma pessoa não aprende a ser sexy com as dicas das famosas mais rodadas da pequena esfera VIP portuguesa.
Eu sei que custa aceitar, mas é uma coisa natural. É o mesmo que ser-se extrovertido ou ser-se calculista. Não são coisas que nos ensinem em cursinhos, e workshops e coisas do género, Ou é sexy “de fabrico” ou não é.
E nem vejo qual é o grande problema disso. Nós não somos todos iguais.
Não é por nada possíveis clientes dos workshops da bastet e companhia, mas não é por vocês usarem roupas justas e decotes grandes que vão automaticamente ser mais sensualonas. Não é por serem mais acessíveis que vão conquistar um homem, porque verdade seja dita, não conheço nenhum homem que queira alguma coisa com uma mulher fácil, para além daquilo que a denomina “fácil”.

E vocês?
Já alguma vez pensaram em assistir a algum workshop do género? 
Porque acham que estão a fazer tanto sucesso?
Acham que adianta de alguma coisa?
Se adiantasse, quem é que inscreviam numas aulinhas intensivas dessas? 
Vá, toca a ler comentar, subscrever e gostar no facebook!

[A ouvir: Bang Bang Bang - Selena Gomez & The scene]
[Humor: Cáustico]

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Calendar June 23, 2011 18:11

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A praia: Elemento destruidor de virilidade


Uma ida à praia é toda uma descoberta de fauna de banhistas.
As pessoas têm uma atitude diferente à beira mar. não sei se será dos fatos de banho e dos corpos expostos ao calor, se será dos possíveis gases que os protectores solares expelem, se é da brisa marinha… só sei que na praia as pessoas se comportam de forma diferente.
Talvez o verão seja a época reprodutiva do ser humano, daí todo este exibicionismo. Temos aquelas meninas que ficam automaticamente mais atrevidas, os jovens muito mais confiantes nos seus calções de banho, e as famílias automaticamente felizes. O que é verdade que se a praia serve para deitar por terra virilidades com a velocidade de um estalar de dedos.
uh?

A entrada triunfal na água
Vamos ser bem honestos. Até o homem mais macho man parece uma miúda de cinco anos a guinchar quando a água fresca do mar lhe bate nas miudezas. É vê-los todos (eu incluído) a entrar lentamente aos saltaricos na água, com a cara mais séria possível, como se fosse perfeitamente normal demorar 15 minutos a entrar na água. Se alguém perguntar, podemos sempre dizer que não queremos passar por um choque térmico ou assim.
As depilações
Podem-me dizer o que quiserem. Chamem-me retrógrada e essas coisas todas, mas marmanjos sem pelo, só antes da puberdade. Depois disso parece-me contranatura (a não ser que seja um gajo com um belo casaco de peles ao estilo tony ramos. Aí uma aparadela é desculpável). Acho estranho passar por gajos que têm as pernas mais lisas que a minha mãe, sei lá.
As tentativas falhadas de desportos aquáticos
Não sei porquê, mas algures numa fase da vida de quase todas as rapariguinhas, os surfistas enchem todo um imaginário romântico com beijos salgados e peles bronzeadas… e por algum motivo muitos dos meus “compadres” pensam que é preciso ter uma prancha e água para virar automaticamente um surfista sensualão. Mas os sonhos estilhaçam-se com os chapões dados ao tentarem sentar-se em cima da prancha.

As matilhas
Okay, gajos com os amigos, nada de novo aí. Okay, gajos com amigos na praia a jogar uma partida de futebol, ou umas raquetadas, nada de por aí além. Okay, gajos amigos na praia a passarem bronzeador uns nos outros já começa a ser um bocadinho constrangedor. E se esses mesmos gajos, todos eles muito machos têm medo de se aproximar das meninas a duas toalhas ao lado e preferem ficar a jogar à carta na toalha… alguma coisa de paradoxalmente contraditório está a passar-se ali.
Corpinhos danone azedos
Esta não é uma característica exclusiva de “nóses” homens. Aquele calção demasiado curto e justo tem tendência a não combinar como deve ser com aquela barriguinha de cerveja. Bem como aqueles senhores com idade para serem meus avôs não deviam olhar para as rapariguinhas com 1/3 da idade com olhar de rebarba.

E vocês?
O que acham das “atitudes de praia”?
Quais são os equivalentes femininos dos acima descritos?
Vá, toca a ler comentar e subscrever (e gostar no facebook também)


[A ouvir: Fool For You - Cee Lo Green]
[Humor: moído (da praia)]

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Calendar June 22, 2011 18:25

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Psicologia do emplastro

Como sabem, tenho especial apetência a atrair gente doida.
No meio desse universo de pessoas de vários credos, modos de encarar a falta de vida própria, há um caso em especial que se destaca por diversos motivos. O caso de solidariedade social.
Não, não estou a falar do pobrezinho que crava moedas para o café e para a dose de heroína ali à porta do café, ou na estação dos autocarros (Se bem que de vez em quando lá dou a moedinha da praxe, só para me deixarem em paz.)
Estou a falar dos inadaptados.
Há-os em todos os sítios. Aquelas pessoas que por diversos motivos não se conseguem encaixar tão bem no ambiente que os rodeia. E por algum motivo, eu tenho o uma atracção inexplicável por eles. É por eles e por cães e gatos vadios. O que hei-de eu fazer? Sou uma alma generosa.
Até aqui nada de muito preocupante, verdade seja dita. O pior começa quando eu os incluo na minha vida social de uma forma regular.
Porque é assim que nascem os emplastros.

Começa tudo quando vou falar com aquele nerdzinho do intercambio que por mais que ninguém ache piada teima em falar Na’vi* a toda a hora, ou quando mostro o local de trabalho à jovem que gosta de levar lentes de contacto vermelhas para o trabalho.
Quero que percebam, é impossível para mim não o fazer. É o mesmo que pedirem me para não ser sarcástico durante um mês. Passada meia hora já infringi contracto.
E gosto de trazê-los para a minha esfera de amigos e conhecidos mais próximos. E verdade seja dita, sinto-me realizado por o fazer. Como se tivesse feito uma boa acção por incluir socialmente em algum sitio alminhas que provavelmente iam ficar ali largadas ao abandono por não terem grandes competências comunicacionais.
Mas depois os inadaptados em vez de se adaptarem a um grupo social, acabam por se adaptar a mim.
Talvez seja por eu ser simpático. Talvez seja por eu ter dado o “voto de confiança”. Talvez seja porque eu consigo ouvir as confissões dos outros como ninguém? Não sei, só sei que a dada altura, dou por mim a ser controlado pela minha nova obra de solidariedade social.
Já me aconteceu por diversas vezes.

Começa de forma soft, uma pequena sms de sondagem aqui e outra ali, o belo do “estás ocupado?”, passa para as saudades infindáveis “gosto muito de estar contigo, és um fixe”… e a dada altura vêm as cobranças “disseste que não ias sair, mas vi-te a ir tomar um café” ou “hoje não saías à uma? Tinhas-me dito que saías à uma!”
E quando dou por mim estou escondido no wc porque vi o(a) emplastro(a) da altura andar a farejar em minha busca, mas ele(a) não me viu a mim (e isto aconteceu MESMO)

E os emplastros parecem não perceber quando estão a mais. Por termos a dada altura sido simpáticos com eles, ganhamos um status automático de “melhores amigos para sempre”. E o emplastro acaba por se meter a meio das conversas, rir das piadas que não ouviu, dar opiniões quando não lhes são seguidas, infiltrar-se em planos que não o tenham originalmente incluído… fazer planos connosco sem pensarem que nós podemos nem o querer mais ver À frente… um sem fim de benesses.

A parte bonita de nos livrarmos dum emplastro… é que nunca nos conseguimos livrar inteiramente dele.
Não estou a brincar.
Dizemos com todas as letras que estamos enjoados dele, mas ele apelida isso de uma “fase” e promete que nos dá “tempo para pensar”.Deixamos de lhe falar, mas ele finge que não percebeu. Cortamos relações, mas parece que no cérebro dele ainda somos amiguicos. Ignoramos a sua existência e passa rapidamente para o estado de fúria mal contida, que dá origem a hate blogs, perseguições não muito discretas, monitorizações nas redes sociais, e um sem fim de formas de tentar chamar a atenção.

É complicado para o emplastro perceber que tem que se emplastrar em outra pessoa, porque nós já não estamos propriamente interessados nele… e é complicado para mim aprender que casos de solidariedade social dão sempre mau resultado.

E vocês?
Já tiveram muito emplastro à perna?
Como se livram deles?
Vá, toca a comentar, ler e subscrever!
[A ouvir: Can I go Now? - Jennifer Love Hewitt ]
[Humor: divertido]

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Calendar June 21, 2011 17:56

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E que melhor maneira de começar o verão? É muito amor, amor, amor.

E aqui está minha gente, a prova de como uma ursa e uma viola não dão bom resultado.
O que eu quero que me digam hoje - que tenho a cabeça em água - É quais são os planos que têm para este verão? qual foi o vosso melhor verão? e o pior? 
Digam uma música, um cheiro, uma comida e uma cor que vos lembrem o verão.

E vou repousar a minha mioleira. hasta luego.

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Calendar June 20, 2011 17:16

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Greve de Feicebuque (eu fiz)

O facebook é uma rede social maravilhosa que junta pessoas que não se vêm há muito tempo, e onde podemos partilhar informações e gostos e outras coisas com os nossos amigos mais queridos e onde… hey, perai, ninguém do facebook me está a pagar um chavo para eu falar bem deles.
O facebook é essas coisas todas acima, mas a dada altura para mim torna-se uma dor de cabeça do caraças.
Ando a ter uns dias bastante stressantes, e ultimamente entrava no facebook e tinha vontade de me exilar. Porque a verdade é que consigo ver mais ou menos 90 pessoas a falarem acerca de nada como se fossem assuntos completamente interessantes e indispensáveis.
No outro dia uma pessoa que me tem no facebook, que eu obviamente não vou referir quem é, disse-me “possa, nunca fazes likes das coisas que eu digo, ou das musicas que eu partilho”… e eu li aquilo e pensei “okay, chega”.
E comecei na segunda feira passada à noite uma greve de uma semana no facebook.
Não, não estou a tentar fazer um movimento social, tanto mais que nem avisei ninguém, nem divulguei a ideia. Foi uma semana clean de facebook.
1.       Não tive que ler os posts depressivos da T que afoga as mágoas no chocolate e nos romances em vez de ir viver a vidinha dela.
2.       Não tive que ver as conclusões brilhantes do F sobre os mais diversos assuntos.
3.       Não tive que recusar convites a jogos idiotas para tomar conta de casas de hambúrgueres, quintas, aquários, casas de antiguidades ou o diabo a quatro que para lá possam existir.
4.       Não tive que receber mensagens em corrente de pessoas que pensam que se vai pagar o msn daqui a uns tempos e que querem fazer uma revolução.
5.       Não tive que aderir a causas sociais via facebook, rede social onde toda a gente é maravilhosamente caridosa.
6.       Não vi aquelas fotos com bonecos em que possa ter sido taggado
7.       Não vi que o A o B e a C são amigos de 15 pessoas que provavelmente nem conhecem
8.       Não tive que recusar pedidos de amizade de pessoas da china ou da Tailândia que nunca vi na vida.
9.       Não fui chateado por aquele barulho irritante do chat do facebook
10.   Não tive que ver respostas a sondagens cheias de erros ortográficos sobre coisas completamente idiotas que não interessam a ninguém, só porque um dos meus amiguicos se lembrou de responder a essa sondagem.
E o mais importante… não tive aquela ânsia de ir abrir a página do facebook e ver nenhuma destas coisas. A minha cabeça ficou muito menos moída sem ter que ler picardias online, ou sem ter que ver os dramas de outras pessoas pelos quais toda a gente se finge interessado, quando só 1% dos comentadores realmente querem saber. E esta semana de férias soube-me bem. Fiquei completamente mais descansado comigo mesmo, já sei que não sou um facebook maníaco.

E vocês?
Qual foi o maior período de tempo que já ficaram sem ir ao facebook?
São aqueles utilizadores que partilham tudo a toda a hora, ou são mais selectivos?
Vá, o que têm a dizer sobre o assunto? Vou tentar responder aos comentários em atraso, peço desculpa, tenho andado sem cabeça.

[A ouvir: Ojalá que llueva café -Rosario]
[Humor:Ansioso]

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